O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira, respondendo por uma fatia significativa do PIB e posicionando o país como um dos maiores exportadores de alimentos do mundo. Em um setor tão dinâmico e essencial, a sustentabilidade e a inovação no campo tornaram-se palavras-chave para o futuro. Mas como as empresas, produtores e organizações do setor podem acompanhar as tendências, medir sua reputação e demonstrar compromisso com práticas ambientais? A resposta está no monitoramento de mídia, uma ferramenta estratégica que vai muito além de simplesmente coletar notícias.
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Neste texto, veremos abaixo por que o monitoramento de menções sobre agronegócio e tecnologia agrícola é essencial, como o clipping pode medir a repercussão de feiras e eventos, e de que forma relatórios bem estruturados ajudam a acompanhar temas como exportação, preços de commodities e sustentabilidade, ao mesmo tempo em que reforçam a imagem de responsabilidade ambiental.
Por que é essencial monitorar menções sobre agronegócio e tecnologia agrícola?
O agronegócio brasileiro vive um momento de transformação. De um lado, a demanda global por alimentos cresce, impulsionando exportações de commodities como soja, carne bovina e milho. De outro, a pressão por práticas mais sustentáveis e o avanço da tecnologia agrícola – como o uso de drones, inteligência artificial e agricultura de precisão – estão redefinindo o modo como o campo opera. Nesse contexto, o monitoramento de mídia surge como uma ferramenta indispensável para entender o que está sendo dito sobre o setor, tanto no Brasil quanto no exterior.
Imagine um produtor rural ou uma empresa do agronegócio que investe em tecnologias sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ou o uso de bioinsumos. Sem um monitoramento eficiente, esses esforços podem passar despercebidos pelo público, pela imprensa ou até pelos próprios stakeholders. O monitoramento de mídia permite identificar menções positivas, negativas ou neutras em jornais, revistas, sites, redes sociais e até em conversas no X, oferecendo uma visão clara da percepção pública sobre o agronegócio e suas inovações.
Além disso, o monitoramento é essencial para antecipar crises. Um exemplo prático: suponha que uma reportagem levante questionamentos sobre o impacto ambiental de uma prática agrícola em determinada região. Com um sistema de monitoramento ativo, a empresa ou organização pode identificar essa narrativa no momento em que ela surge, avaliar sua repercussão e agir rapidamente para esclarecer os fatos ou ajustar suas estratégias de comunicação. Em um setor frequentemente alvo de debates sobre desmatamento e mudanças climáticas, essa agilidade pode fazer toda a diferença na gestão da reputação.
Outro ponto crucial é o acompanhamento das tendências. A tecnologia agrícola avança a passos largos, e o monitoramento de mídia ajuda a identificar quais inovações estão ganhando destaque. Por exemplo, soluções como o monitoramento de culturas por satélite, oferecido por empresas como a Farmonaut, ou o uso de robôs colaborativos no campo, estão revolucionando a produtividade e a sustentabilidade. Saber como essas tecnologias são percebidas pela imprensa e pelo público permite que empresas e produtores se posicionem como líderes em inovação, alinhando-se às expectativas do mercado.
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Clipping para medir a repercussão de feiras e eventos do setor
Feiras e eventos do agronegócio, como o Show Rural Coopavel, a Agrishow e a Expodireto Cotrijal, são vitrines para a inovação e a sustentabilidade no campo. Esses encontros reúnem produtores, empresas, pesquisadores e autoridades para discutir tendências, apresentar novas tecnologias e fechar negócios que movimentam bilhões de reais. Em 2025, por exemplo, o Show Rural Coopavel, que acontece de 10 a 14 de fevereiro em Cascavel (PR), espera atrair 360 mil visitantes e gerar cerca de R$ 6 bilhões em negócios, com foco em máquinas agrícolas e práticas sustentáveis. Já a Agrishow, uma das maiores feiras do mundo, movimentou R$ 13,6 bilhões em 2024 e planeja repetir o desempenho em 2025.
Mas como medir o impacto desses eventos além dos números de visitantes e negócios fechados? É aí que entra o clipping, uma prática que consiste em coletar, organizar e analisar as menções na mídia relacionadas a esses eventos. O clipping vai além de simplesmente arquivar notícias; ele oferece uma análise qualitativa e quantitativa da repercussão, permitindo que os organizadores, expositores e participantes avaliem o alcance e a percepção do evento.
Por exemplo, durante o Show Rural Coopavel 2025, o clipping pode capturar reportagens sobre o lançamento de uma nova tecnologia de monitoramento climático ou sobre palestras que discutem a transição energética no agronegócio. Esses dados ajudam a entender quais temas geraram mais interesse, quais marcas ou produtos foram mais mencionados e como o evento foi percebido em termos de sustentabilidade e inovação. Se uma empresa expõe um trator elétrico ou uma solução de agricultura regenerativa, o clipping pode mostrar se esses lançamentos foram bem recebidos pela imprensa e pelo público, fornecendo insights valiosos para estratégias futuras.
Além disso, o clipping é uma ferramenta poderosa para benchmarking. Comparando a cobertura de diferentes feiras, as empresas podem identificar quais eventos têm maior visibilidade e impacto no setor, ajustando sua participação para maximizar resultados. Para os organizadores, o clipping oferece um relatório detalhado que pode ser apresentado a patrocinadores e parceiros, demonstrando o retorno sobre o investimento e justificando a relevância do evento no calendário do agronegócio.
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Monitoramento de temas como exportação, preços de commodities e sustentabilidade
O agronegócio brasileiro é profundamente influenciado por fatores como exportação, preços de commodities e sustentabilidade. Em 2024, as exportações do setor somaram mais de US$ 81 bilhões no primeiro semestre, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com destaque para produtos como soja, carne bovina e milho. No entanto, o mercado internacional exige cada vez mais transparência e compromisso com práticas ambientais, como a redução de emissões de carbono e o combate ao desmatamento ilegal.
Monitorar esses temas na mídia é essencial para que empresas e produtores se mantenham competitivos. O acompanhamento das exportações, por exemplo, permite identificar oportunidades em novos mercados e entender as barreiras impostas por exigências socioambientais, como as do Green Deal da União Europeia. Em tempo real, é possível saber se um país importador publicou uma nova regulamentação ou se uma reportagem internacional questionou a origem de um produto brasileiro, possibilitando respostas rápidas e estratégicas.
Os preços das commodities, por sua vez, são voláteis e influenciados por fatores como condições climáticas, câmbio e demanda global. O monitoramento de mídia ajuda a acompanhar as oscilações de preços – como os da soja, que em dezembro de 2024 apresentaram variações mistas no Brasil, segundo o Canal Rural – e a entender como o mercado e a imprensa estão reagindo a essas mudanças. Essa análise é crucial para que produtores e empresas tomem decisões informadas sobre plantio, colheita e comercialização.
A sustentabilidade, por fim, é um tema que permeia todas as discussões do agronegócio moderno. O monitoramento de mídia permite rastrear como as práticas ambientais do setor estão sendo percebidas, tanto no Brasil quanto no exterior. Por exemplo, iniciativas como o Plano ABC+ do Ministério da Agricultura, que visa expandir tecnologias de baixa emissão de carbono para 72 milhões de hectares até 2030, ganham destaque em reportagens e debates. Saber como essas ações são recebidas pela sociedade e pela imprensa ajuda as organizações a ajustarem suas estratégias de comunicação e a reforçarem seu compromisso com a sustentabilidade.
Relatórios que ajudam a demonstrar compromisso com práticas ambientais
Um dos maiores desafios do agronegócio é provar que é possível aliar produtividade e sustentabilidade. Nesse sentido, os relatórios gerados a partir do monitoramento de mídia são ferramentas poderosas. Esses documentos consolidam dados sobre menções na imprensa, redes sociais e outros canais, oferecendo uma visão abrangente da percepção pública e permitindo que as empresas demonstrem seu compromisso com práticas ambientais.
Por exemplo, um relatório pode destacar o número de menções positivas sobre o uso de tecnologias sustentáveis, como o plantio direto ou a agricultura regenerativa, em uma propriedade ou empresa. Ele também pode incluir análises sobre a cobertura de eventos como a COP30, que discutirá mudanças climáticas e sustentabilidade, mostrando como o setor está se posicionando nesses debates globais. Esses dados são valiosos não apenas para a comunicação interna, mas também para relatórios de sustentabilidade apresentados a investidores, parceiros e órgãos reguladores.
Além disso, os relatórios ajudam a identificar lacunas e oportunidades. Se o monitoramento revela que as práticas ambientais de uma empresa estão sendo pouco mencionadas, isso pode indicar a necessidade de uma campanha de comunicação mais robusta. Por outro lado, se uma iniciativa específica, como a redução do uso de defensivos agrícolas, está recebendo destaque positivo, a empresa pode usá-la como exemplo em suas estratégias de marketing e relações públicas.
Para os produtores rurais, os relatórios também têm um valor prático. Eles podem ser usados para acessar financiamentos com melhores condições, como os oferecidos pelo Plano Safra, que concede descontos de até 0,5% em juros para quem adota práticas sustentáveis. Demonstrar, por meio de dados concretos, que essas práticas estão sendo implementadas e reconhecidas na mídia pode fazer a diferença na obtenção de crédito e no fortalecimento da reputação.
Conclusão
O monitoramento de mídia é mais do que uma ferramenta de clipping; é uma estratégia essencial para o agronegócio brasileiro em um mundo que exige inovação, sustentabilidade e transparência. Ao acompanhar menções sobre tecnologia agrícola, medir a repercussão de feiras e eventos, e rastrear temas como exportação, preços de commodities e sustentabilidade, as empresas e produtores podem tomar decisões mais informadas, antecipar crises e reforçar sua imagem perante o mercado e a sociedade.
Em um setor que enfrenta desafios como mudanças climáticas, pressões regulatórias e a necessidade de alimentar uma população global crescente, o monitoramento de mídia é um aliado indispensável. Ele permite que o agronegócio não apenas acompanhe as transformações do campo, mas também se posicione como protagonista na construção de um futuro mais sustentável e inovador. Seja para destacar avanços tecnológicos, como os drones e a inteligência artificial, ou para demonstrar compromisso com práticas ambientais, os relatórios gerados a partir desse monitoramento são a ponte entre o trabalho no campo e a percepção do mundo exterior. Em tempos de transformação, quem monitora, prospera.